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William Bonner encerra era no Jornal Nacional

Após quase três décadas, William Bonner se dirige hoje ao público pela última vez para dizer seu “boa noite” diário. O editor-chefe, cargo que acumula junto às funções de apresentador, será substituído no Jornal Nacional, nesta segunda, 3, por César Tralli.

Com a saída de Bonner, a Globo deu início a uma dança das cadeiras. Tralli deixa o Jornal Hoje. Já Roberto Kovalick, ex-Hora 1, acorda mais tarde e assume a bancada do telejornal vespertino. Para o jornalístico madrugueiro, a emissora define Tiago Scheuer como âncora.

Embora todas as mudanças sejam significativas ao espectador, nenhuma tem mais impacto do que essa aqui: Bonner fora do JN. Bonner no Globo Repórter? Isso mesmo, ele se juntará, em 2026, a Sandra Annenberg. Renata Vasconcellos, por sua vez, fica onde está.

Quem de fato mandará no repaginado Jornal Nacional daqui pra frente é a editora-chefe Cristiana Sousa Cruz. Filha do jornalista-executivo Alberico Sousa Cruz — diretor da Central Globo de Jornalismo entre 1990 e 1995 —, Cristiana está nesta função há seis anos.

Bonner apresentou Jornal Nacional ao lado da esposa, Fátima Bernardes, entre 1998 e 2011 – Foto: Jaq Joner/Rede Globo/Divulgação

“Nós temos um compromisso histórico: levar informação de qualidade aos milhões de telespectadores do JN”, diz a jornalista, afirmando que assumir o comando do telejornal nos 60 anos da Globo é uma “grande honra”. “É a realização de um sonho profissional.”

Aos 61 anos, Bonner foi o âncora que mais tempo esteve à frente do JN desde sua estreia, em 1969. Há 29 anos no cargo, noticiou fatos históricos — como os ataques às Torres Gêmeas, em Nova York (2001) — e reportou a morte de Tim Lopes e o pentacampeonato da seleção.

No documentário “Cercados”, de 2020, o apresentador manifesta cansaço pela carga laboral daqueles tempos de pandemia, chegando a criticar-se em razão da entonação utilizada numa notícia delicada. “Tinha um tom condenatório na minha voz”, constatou o jornalista.

Sob as lentes do diretor Caio Cavechini, Bonner comanda uma reunião de pauta. A reportagem a que ele se refere expõe a falta de respiradores em hospitais do Amazonas. Desassistidos pelo poder público, médicos tentaram improvisá-los com um saco plástico.

Jornalista assumiu bancada do principal telejornal do país nos anos 1990, acumulando a função de editor-chefe – Foto: Globo/ Divulgação

“Poderia ser um esforço heroico para salvar uma vida […] Eu não tive a oportunidade de enxergar isso com clareza”, critica-se o âncora. Além do número de mortes pela covid-19 — que só fazia aumentar —, o ex-presidente Jair Bolsonaro hostilizava a imprensa em Brasília.

Em abril daquele ano, Bonner se irritou com Bolsonaro. Dando ênfase a certas frases e fazendo pausas dramáticas, como se fosse Walter Cronkite, Peter Jennings ou Dan Rather, espinafrou o negacionismo bolsonarista. Parecia que, ao menor sinal, perderia a compostura.

“[Ele] disse que as mortes ocorreram mesmo com as medidas decretadas por governadores e prefeitos”, principiou, ao vivo, o experiente âncora. “É uma afirmação que contraria tudo o que afirma a unanimidade das autoridades sanitárias, dos médicos, dos especialistas.”

Ainda assim, William Bonner se viu metido em querelas. Em 2005, durante uma visita de professores da USP à Globo para acompanhar a produção do JN, o editor-chefe fez uma comparação depreciativa: o espectador médio assemelhava-se a Homer Simpson.

César Tralli (à esquerda), Renata Vasconcelos (ao centro) e William Bonner (à direita): trio marca jornalismo da Globo – Foto: Joao CottaGlobo

Ou seja, não compreenderia assuntos “complexos”. Logo, é melhor evitá-los, correto? Bom, caso o leitor não saiba — ou sabe? —, Homer é simpático. Pai de família, trabalhador, gosta de ficar no sofá, bebendo cerveja e deglutindo rosquinhas. Tem raciocínio lento, obtuso.

Para o jornalista e sociólogo Laurindo Lalo Leal, em artigo publicado na revista Carta Capital, a comparação com o inepto personagem gerou mal-estar entre alguns professores. “Essa Homer não entende”, decretara Bonner, rifando reportagens mais “complexas”.

Com meio século de atraso, em 2015, Bonner declarou que a Globo percebia como “erro” o apoio à ditadura militar. Tudo bem, mas está registrado na história o fato de o primeiro telejornal exibido em rede nacional ter funcionado como porta-voz “oficioso” do regime.

Além disso, comentou-se durante anos que o jornalístico havia “escondido” a campanha das Diretas-Já em 1984. Muito estudou-se nas faculdades de comunicação — e, em certa medida, ainda se estuda — a edição do debate à véspera da eleição presidencial de 1989.

Ali, não resta dúvida, se favoreceu Fernando Collor de Mello em detrimento a Luiz Inácio Lula da Silva. Foi esquadrinhado por Mario Sergio Conti em suas “Notícias do Planalto”. Bonner, como se vê, transformou o JN e, sem dúvida, elevou sua qualidade.

Fonte: DM

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